quinta-feira, outubro 7

Soneto

Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.
William Shakespeare

Sonhos

 Quero sonhar ,
 Quero viver,
 Quero acreditar em tudo que pensei!                            
 Quero sentir, Quero tocar,
  Nos sonhos que estão perdidos no ar!
  Desejo conquistá-los como a última gota de orvalho.
  Que caem no chão para um  formar um grande lago.
  Lago da Esperança e do amor ,
  que trazem vida e animo para o Terrível labor
  Sonhos não fujam do seu verdadeiro autor
  Porque vou buscá-lo aonde for.
  E quando encontrá-lo vou ao seu encontro com todo fervor!

Autora; Mayara larissa

Amores, Amores

          Amores , Amores..      

     Amores, Amores vão e vem nos corações de quem lhes convém
                      não importando a idade e nem situação.
                      Sentimentos assim fazem sofrer, fazem sorrir sem perceber!
                      Corações criam ilusões e desilusões para a alimentar seus sonhos esperados.
                      Todos correm o risco, de decepcionar, mais o verdadeiro sentimento vem para alegrar o pobre             apaixonado que fala sem pensar.
Mais ninguém segura suas ações quando se quer amar, ele deseja está ao lado do amor desejado.
Para tocar seu bem amado.
Amores, Amores vão e vem mas por favor não   machuquem o coração de ninguém!

Autora; Mayara Larissa

Álvaro de campos Biografia

 
      

Álvaro de Campos nasceu em 15 de outubro de 1889. Engenheiro, inquieto e sensacionista, representa a parte mais audaciosa a que Pessoa se permitiu, através das experiências mais barulhentas do futurismo português, inclusive com algumas investidas no campo da ação político-social.

Para tanto, fez a adoção do cotidiano através do versilibrismo, integrando-se à civilização da máquina com o dinamismo e a inquietude do pós-guerra (la guerra). Essa atitude comprova a sua consciência moderna do fazer artístico, preocupada com o existencial, e, principalmente, com o aproveitamento do que é possível de se extrair da emoção.

A trajetória poética de Álvaro de Campos está compreendida em três fases. A primeira, da morbidez e do torpor, é a fase do "Opiário", oferecido a Mário de Sá-Carneiro e escrito enquanto navegava pelo Canal do Suez, em março de 1914. A segunda fase, mais mecanicista e Whitmaniana, é onde o Futurismo italiano mais transparece num aclimatamento em terras de Portugal. Nessa fase, Campos seria,

"Um Whitman com um poeta grego dentro.
Pois Pessoa o coloca numa dupla seqüência:
a de uma arte orientada pelo ideal grego
e a dos cantores de hinos a civilização moderna
e sensações por ela provocadas."

É nessa fase onde a sensação é mais intelectualizada. A terceira fase, do sono e do cansaço, aquela que, apesar de trazer alguma coloração surrealista e dionisíaca, é mais moderna e equilibrada se apresenta. É nessa fase em que se enquadram: "Lisbon Revisited" (l923), "Apontamento", "Poema em Linha Reta" e "Aniversário", que trazem, respectivamente, como características, o inconformismo, a consciência da fragilidade humana, o desprezo ao suposto mito do heroísmo e o enternecimento memorialista.

O que se constata, finalmente, é que Álvaro de Campos, a despeito de intelectualizar as sensações e apresentar laivos surrealistas, é a personalidade pessoana que mais se aproximou de uma poesia realista, e, também, quem mais foi marcado pelos caracteres da modernidade.